"Já não bastava o bendito do teleférico no Curral... Agora é o campo de golfe"

Gestor hoteleiro AndréBarreto: "Só espero que a tal parte imobiliária seja mesmo grande, daquelas impactantes, que dê para vender umas quantas casas em bitcoins, com os respectivos vistos gold".

Foto Facebook

O gestor hoteleiro André Barreto não poupa o Governo na opção pelo campo de golfe na Calheta. A notícia vem na capa do JM e faz referência à intenção governamental de avançar com o recinto de golfe da Ponta do Pargo investindo 1,5 milhões para concluir o recinto e avançar com o plano de urbanização. Refere o matutino que o próximo passo será a alienação da área imobiliária e posterior concessão a privados. Pois bem, é neste enquadramento que André Barreto escreveu, na sua página do Facebook, um texto crítico desta e de outras opções, como o teleférico do Curral das Freiras. O gestor diz o que pensa sem "panos quentes". Umas partes mais explícitas do que outras, mas todo o texto é de "faca afiada" e um irónico "aqui vamos nós para a Ponta do Pargo de tacos em punho!" André Barreto, formado em gestão, diz achar "isto mesmo chato para quem anda a abanar a bandeirinha da sustentabilidade, a organizar conferências sobre o tema e a pugnar pela Natureza como produto turístico. Diria que roça o desrespeitoso! Mas como são todos do mesmo clube e isto é gerido ao sabor de outros valores que aparentemente mais alto sempre se levantam, ninguém se demite e nem sequer se indigna..." E mais: "Já não bastava o bendito do teleférico no Curral... Agora é o campo de golfe e respectiva componente imobiliária, claro, com certeza para ajudar a preservar as nossas espécies, que ainda por cima bebem água de menos e temos de gastá-la o mais que pudermos. 16 anos e não sei quantas vias rápidas por onde passam em média 10 carros por dia depois, aqui vamos nós para a Ponta do Pargo de tacos em punho! Só espero que a tal parte imobiliária seja mesmo grande, daquelas impactantes, que dê para vender umas quantas casas em bitcoins, com os respectivos vistos gold. Depois enchemos a coisa com uns canteiros e está feito; já ninguém fala mais disso. E por aqui me fico, que tenho de ir sustentar a natureza..."

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